Estrela do Natal estréia neste domingo


Estrela do Natal estréia neste domingo

No lugar de um pinheiro como árvore de natal, um cajueiro. Ao invés dos Reis Magos, três cangaceiros. Esses elementos se somaram a outros que fazem parte da cultura potiguar como o caranguejo, o camarão, as cabras, ovelhas, o elefante que remete ao formato do Estado, o Boi de Reis, e até mesmo o próprio Sol, na composição do primeiro desfile temático natalino intitulado “Estrela do Natal”.

 

A estréia do desfile acontece neste domingo (20), a partir das 20h, na Praça Cívica, em Petrópolis, dentro da programação do “Natal em Natal”. A prefeita Micarla de Sousa  viu de perto todos esses elementos durante visita, realizada na manhã da última quinta-feira, ao galpão onde estão sendo confeccionados todos os itens que compõem o desfile.

 

A história do nascimento de Jesus será contada no espetáculo que tem duração de uma hora e é composto por cinco alas, que desfilarão no entorno da Praça Cívica, ao lado do Palácio dos Esportes. No desfile estão incluídos dez carros alegóricos, mais de 50 bonecos e cerca de 250 figurantes, todos vestidos com figurinos elaborados com temas e materiais próprios da cultura norte-rio-grandense.  

 

De acordo com o produtor, responsável pelo figurino do desfile e coordenador de elenco, Diego Goulart, a proposta da produção do “Estrela do Natal” é garantir um natal típico e regional para nossa cidade. “Por isso, estamos utilizando coisas regionais inclusive na confecção dos figurinos, como a estopa, a juta e o vime. Para dar mais estilo a eles, estamos refinando as vestimentas a partir da pintura dos detalhes com dourado”, revela o produtor.

 

Diego Goulart conta ainda que a equipe formada por 26 profissionais escolhidos pelo idealizador do “Estrela do Natal”, Zeca Zenner, fez uma pesquisa acerca dos elementos culturais do Rio Grande do Norte, iniciada em maio. “Estamos trabalhando inspirados em Jesuíno Brilhante e, a partir dele e de seu modo de vida, passamos ao trabalho de concepção e confecção dos elementos utilizando chapéus de cangaceiros, sandálias de couro, dentre outros, porém estilizados e coloridos. Um exemplo disso é que no lugar da auréola, o anjinho usa um chapéu como o de Jesuíno”, ressalta.

 

Há 50 dias a equipe trabalha dia e noite no galpão, nas Rocas. “Depois de duas semanas dedicadas ao processo de seleção do elenco, os ensaios começaram no Palácio dos Esportes que também são realizados em diversos horários, divididos por alegorias. Nossa maior dificuldade está na preocupação em desenvolver este trabalho em um curto espaço de tempo sem perder em qualidade. Mas acreditamos que quando o trabalho é honesto as coisas fluem naturalmente e é isso que o público verá”, enfatiza Goulart.

 

O produtor do “Estrela do Natal” explica que 40%  de o figurino foi elaborado por costureiras de Felipe Camarão apoiadas pela Secretaria de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS. “ Hoje temos mais de dez costureiras também de outros de outros bairros da cidade. Estamos falando apenas da parte de figurino, mas  nossa idéia é abrir espaço para pessoas da comunidade. Do elenco, pelo menos 30% dos jovens fazem parte do ProJovem, além deles contamos com dez acrobatas que farão os ‘anjinhos do mar’ e que integram o movimento hip hop da Redinha”, destaca Goulart.

 

A prefeita Micarla de Sousa garante que o desfile “Estrela do Natal” é uma das grande atrações do Natal em Natal. “Eu estou muito feliz porque, em primeiro lugar, os natalenses estão satisfeitos com a programação do Natal em Natal e, em segundo lugar, porque o turismo, que é nossa maior fonte de economia, está com saldo bem positivo, a lotação de quase 100% que temos hoje, até o ano passado, só acontecia a partir de 30 de dezembro. Isso é motivo de muita alegria porque esta programação é a primeira de muitas”, enfatiza.

 
Sobre Jesuíno Brilhante

Jesuíno Alves de Melo Calado nasceu em 1844, em Patu, Rio Grande do Norte. Conhecido como Jesuíno Brilhante, agiu no semi-árido paraibano e potiguar, quando a instituição do escravismo ainda era forte e refletia as exigências da classe dominante em fazer valer seus interesses em detrimento de valores humanos. 
O cangaceiro transformou-se em “Robin Hood” por intervir em prol dos humildes em diversas oportunidades, especialmente durante a grande seca de 1877-1879, atacando comboios de víveres enviados pelo governo imperial, distribuindo-os com famintos e desvalidos dos sertões ermos e esquecidos.

 

Jesuíno morreu de emboscada no Riacho dos Porcos, em Belém do Brejo do Cruz, na Paraíba, no final da seca de 1879, atingido por carga de bacamarte disparada pelo visceral inimigo Preto Limão.

 

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