Jovens da Casa de Passagem no mundo das artes


Jovens da Casa de Passagem no mundo das artes

Os jovens abrigados pela Casa de Passagem III, uma modalidade de abrigo temporário instituído e coordenado pela Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas), participarão de uma exposição com trabalhos do resultado das oficinas promovidas pelo arte educador da instituição e artista plástico, Manoel Barros, que deverão exibir ao público um lado da realidade dos abrigados ainda desconhecido por parte da sociedade.

Hoje (25), das 16h às 22h, e sábado (26), das 8h às 22h, durante o II Seminário de Realidades Juvenis do Colégio Marista, 20 trabalhos artísticos em giz de cera, lápis de cor e colagem realizados pelos jovens estarão abertos à visitação. “É algo incrível constatar o progresso que cada jovem tem feito. Tinha um garoto que eu não conseguia persuadir a usar cores. Depois de algum tempo, ele passou de paisagens desérticas ao uso de cores, com uma técnica surpreendente”, conta o arte educador.

O artista plástico acredita no poder transformador da arte e por isso, através da Semtas, mobilizou os jovens da Casa de Passagem III para realizar uma segunda exposição dos trabalhos feitos até então, aberta à visitação pública. “Quando o jovem tem acesso à arte, ele desperta para o poder de comunicação, criação e transformação embutidos nela. É a oportunidade que eles têm de exteriorizar suas realidades, a cultura de rua. É também uma forma de trabalhar algum problema que eles possam ter, de qualquer natureza”, ressalta Barros.

Uma das jovens abrigadas pela Casa, Julia, foi altamente influenciada pelas atividades de cunho artístico desenvolvidas pelo arte educador e agora sonha em trilhar os mesmos caminhos de seu tutor. “Gostaria de ser professora de artes também. Adoro as oficinas, não perco nenhuma. O que eu mais gosto de fazer é usar o lápis de cor. Já perdi a conta de quantos trabalhos eu fiz. Acho que foram mais de dez”, conta a adolescente.

A segunda exposição será realizada no próximo mês, dia 13 de outubro, no Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão, no Largo da Ribeira. Lá, 27 trabalhos ficarão expostos durante um mês inteiro. Além disso, alguns deles deverão estampar cartões postais que serão colocados à venda na ocasião. A idéia é reverter o dinheiro arrecadado de maneira a beneficiar os jovens expositores e estimular o gosto pela arte.

O arte educador da Casa de Passagem III irá publicar ainda um artigo científico cuja elaboração pautou-se principalmente na realidade dos jovens abrigados. Desde o início do ano, Manoel Barros, vem desenvolvendo trabalhos de cunho artístico com os jovens que a casa abriga, a fim de interferir de forma positiva em suas vidas e oportunizar a expressão através da arte. O artigo será publicado na revista da UVA Instituto Brasil esse ano, e aborda a arte de rua como meio de prevenção social eficaz no combate à violência e ao uso de drogas.

Sobre o Arte Educador

Manoel Barros é recifense e atua como artista plástico há 20 anos. Ele está envolvido em projetos sociais desde 2006 e já teve seus trabalhos expostos na Europa. Em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, coordenou um projeto de arte contemporânea e grafite em escolas, tendo também atuado no Programa Projovem da Semtas como orientador de dois participantes em um concurso internacional de cartaz publicitário.

Sobre as Casas de Passagem

As Casas de Passagem constituem-se em um serviço de alta complexidade, integrante do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), e que tem como objetivo oferecer acolhimento de caráter emergencial e provisório. Em Natal, há três delas. A unidade I atende crianças de 0 a 6 anos de idade. A unidade II abriga crianças entre 7 e 12 anos e a III, jovens entre 13 e 18 anos incompletos que se encontrem em situação de vulnerabilidade social, vítimas de maus-tratos e cujos direitos tenham sido violados.

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