O convite para realizar o serviço de ajuda voluntário às vítimas da enchente partiu do próprio Ministério da Saúde.  No início desse mês,  o setor de urgência e emergência do órgão abriu vagas para os profissionais que quisessem participar da missão. O grupo potiguar teve a inscrição confirmada na mesma semana, e embarcou no dia 25/07 rumo ao interior de Pernambuco. Lá, os 16 integrantes potiguares da missão juntaram-se a outros três profissionais: dois médicos e um enfermeiro. Como todas as pousadas do município de Barreiros foram atingidas pela enchente, o grupo hospedou-se no município de São José da Coroa Grande, vizinho à cidade de Barreiros, uma das mais atingidas pelos temporais. 

Os dias que se seguiram foram de trabalho árduo. Os voluntários relataram uma média de dez chamados de urgência por dia. “Atendemos aos tipos mais variados de mazelas, de infartos a TCE’s, passando por partos de alto risco”, contou o Dr. Renato Gama, médico matogrossense que compôs a equipe juntamente com os potiguares. Segundo ele, as ocorrências mais comuns nesse período são os agravamentos das doenças ocorridas durante as enchentes. “São casos de desidratação grave, traumas, dengue, leptospirose e cóleras, que não foram tratados adequadamente por falta de condições”, disse. 

A equipe relatou também as ocorrências causadas pelas precárias condições econômicas da região atingida. “Como os municípios foram completamente devastados, os saques e assaltos cresceram muito, e com isso, os casos de violência como ferimentos por armas de fogo e armas brancas aumentaram”, explicou Dra Grayce Louyse, uma das enfermeiras potiguares da missão. Além de atender as ocorrências de urgência e emergência, os integrantes do Samu realizaram também transferências para outros hospitais da região, uma vez que muitos casos precisavam de acompanhamento especial.