Um debate sobre o nascimento do romance e o método criativo: foi assim que começou nesta quarta-feira (6),  o Festival Literário de Natal, nesta quarta-feira (6), às 19h30, com um bate-papo entre os escritores José Eduardo Agualusa e Tatiana Salem Levy, mediada pelo jornalista Adriano de Sousa. Além de falar sobre o nascimento do romance, os escritores contaram  a experiência de residência literária que fizeram nas escolas do município.

A autora Tatiana Salem Levy iniciou o debate depois de questionada pelo mediador Adriano de Sousa sobre como ela começou a ser escritora. A relação com os livros, desde criança, foi fundamental para a formação dela. “Cresci numa casa com muitos livros. Desde pequena escrevia rabiscos e queria contar histórias”, disse ela.

Já o angolano José Eduardo Agualusa contou que a mudança para a Lisboa e a iniciativa de editar um jornal sobre literatura em Portugal foi o pontapé para ele começar a escrever. “Ao mesmo tempo que comecei a escrever, percebi que fazer isso foi uma forma de apreender melhor o mundo a minha volta”.

Outro tema colocado foi a experiência da residência literária que fizeram nas escolas da rede municipal de Natal. Para os autores, a experiência foi única. “As crianças pensam que os escritores estão todos mortos. E isso é algo interessante, é bom que os estudantes e jovens conheçam os autores”, disse Agualusa.

O angolano também ressaltou a importância da leitura na formação das crianças. “Não é só a questão de a escola ser rica ou pobre, mas a qualidade do professor. Além disso, é importante que os estudantes conheçam os livros, leiam os livros”.
Já para Tatiana, a literatura, por modificar as pessoas, é uma forma de mudar o mundo. “Se eu consegui despertar o interesse pela literatura em alguma daquelas crianças já me sinto satisfeita”.

Ao final da mesa, a estudante da rede municipal de ensino, Poliana Samara, fez uma homenagem à escritora Tatiana Salem Levy.