A cidade do Natal é um dos 124 municípios brasileiros contemplados para participar do Plano de Ação para Cidades Históricas – Patrimônio, Desenvolvimento e Cidadania, que tem o objetivo de preservar o patrimônio brasileiro, valorizar a cultura e promover o desenvolvimento econômico e social, com sustentabilidade e qualidade de vida para os cidadãos.
O projeto é desenvolvido pelo Ministério da Cultura e conta com recursos de R$ 830 milhões do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Uma reunião foi realizada na tarde desta segunda-feira (9), no gabinete do presidente da Fundação Cultural Capitania das Artes (Funcarte), Rodrigues Neto, na qual se discutiu os detalhes e os encaminhamentos dos projetos voltados para a preservação cultura e histórica da cidade do Natal.
Compareceram à reunião a arquiteta Ana Raquel Barbalho, consultora da Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura) na elaboração do plano; além da superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Arquitetônico Nacional (IPHAN), Jeane Fonseca Leite Nesi; o arquiteto Haroldo Maranhão; e o vice-presidente da Funcarte, Gustavo Wanderley.
A arquiteta Ana Raquel informou que, em relação a Natal, já foram apresentados 16 projetos desenvolvidos por diversas secretariais municipais, como a de Mobilidade Urbana (Semob), de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), de Turismo e Desenvolvimento Econômico (Seturde) e a Funcarte. “Os projetos apresentados pelas secretarias incluem ações de habitação, turismo, requalificação urbana, infraestrutura e fomento cultural”, disse Ana Raquel.
O presidente da Funcarte, Rodrigues Neto, disse que esta é uma oportunidade ímpar para a cidade do Natal, a única a ser contemplada no Rio Grande do Norte. “Este projeto é muito importante para Natal, que conta com poucos recursos para desenvolver projetos de preservação do nosso patrimônio histórico”, afirmou Rodrigues Neto.
O arquiteto Haroldo Maranhão, que foi o responsável pelo desenvolvimento do projeto de revitalização da rua Chile, na Ribeira, disse que Natal agora poderá pensar em ter um centro cultural, promovendo sua diversidade cultural. “Ao mesmo tempo em que estimula a vinda de turistas. Não se concebe uma cidade, como a capital potiguar, que será sede de jogos da Copa do Mundo de Futebol em 2014, sem um moderno centro cultural, até porque seremos vitrine para o mundo”, afirmou Haroldo Maranhão.
Outro que também destacou a importância do chamado PAC das Cidades Históricas foi o vice-presidente da Funcarte, Gustavo Wanderley. “Devemos aproveitar até para colocar Natal no cenário cultural do mundial e fazer com que importantes publicações, como a revista Lonely Planet, passe a colocar a capital potiguar como referência cultural”, disse Gustavo Wanderley.
Segundo o vice-presidente da Funcarte, a Lonely Planet, um dos mais importantes guias de destinos turísticos do mundo, criado na Austrália em 1972, chegou a declarar em uma de suas edições que se alguém estiver interessado em arte e cultura não deve vir para Natal. “Por isso a importância de projetos como estes para mudar essa visão em relação à nossa cidade”, ressaltou Gustavo Wanderley.
A superintendente do Iphan, Jeane Nesi, explicou que o projeto abrange ações de requalificação urbanística dos sítios históricos, investimentos na infraestrutura urbana e social, ampliação do financiamento para a recuperação de imóveis privados, fomento ao desenvolvimento das cadeias produtivas locais e promoção do patrimônio cultural.
“Até o final deste mês o projeto será pactuado entre as cidades contempladas em um evento em Brasília”, informou a arquiteta Ana Raquel. Ela disse ainda que as ações efetivas do PAC das Cidades Históricas terão início no próximo ano e se estendem até 2013.