A Prefeitura do Natal por meio da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas) trabalha desde 2006 em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) para auxiliar na formação ético-humanitária dos alunos do curso de Medicina da universidade.

A cooperação segue os padrões do Novo Projeto Político-Pedagógico do curso, que inclui no currículo do acadêmico, visitas dos estudantes, médicos e professores de pediatria às Casas de Passagem. O objetivo da iniciativa é oferecer às crianças abrigadas ação de cuidado integral com promoção e prevenção da saúde, diagnóstico precoce e tratamento das doenças comuns na infância.

Durante a visita realizada nesta quinta-feira (22), a equipe médica constatou que algumas crianças da Casa de Passagem II apresentavam infecção respiratória, comum neste período do ano. Todas foram consultadas e para tratadas com medicação, nebulização e orientações, pois na próxima semana está programada a campanha multivacinal. O próximo passo do grupo de professores da UFRN é sistematizar o trabalho também na Casa de Passagem I.

“As crianças que chegam aqui são geralmente provenientes de famílias vulneráveis e carentes, e com isso têm baixa imunidade, por isso esse trabalho da Universidade é extremamente relevante porque ajuda a tratar e a combater as doenças, e assim melhorar a qualidade de vida dos nossos abrigados”, declarou a coordenadora das Casas de Passagem, Sylla Soares

A equipe da saúde da UFRN se tornou facilitadora no acesso das crianças a exames, a especialistas e a leitos nos hospitais. “De 15 em 15 dias nós visitamos a Casa de Passagem II, que acolhe crianças de 6 a 12 anos, e avaliamos o estado de saúde, nutricional e vacinal das crianças, bem como a reconstrução do vínculo delas com a família. Além desse trabalho médico, realizamos também atividades lúdicas e socioeducativas. A cooperação técnica ajuda na saúde das crianças e contribui também para a formação ética e humanista dos alunos de medicina”, afirma a professora de Pediatria da UFRN, Nadja Dantas Rocha.

O estudante de medicina, Marcelo Alencar também comenta sobre a parceria “Esse trabalho vai complementar a nossa formação na UFRN, que é muito técnica. Agora percebemos a importância de compreender o lado social do paciente, com um olhar ampliado para a sua vida social, escolar, que em muitos casos contribuem diretamente na doença”, disse ele.