Os pontos fortes, fracos, potencialidades, ameaças e desafios para a zona Norte de Natal foram discutidos pela população e Prefeitura durante as oficinas de capacitação do Plano Diretor (PDN). Elas fazem parte da segunda etapa do processo de revisão do PDN, chamada “Leitura da Cidade”. Coordenados pela secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), os eventos aconteceram em dois dias distintos no auditório da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN), no sábado (18) e na sexta-feira (17).  Já as próximas oficinas serão na zona Leste nos dias 24 e 25 de maio, no auditório da Faculdade Estácio do Alecrim.

 

Durante os encontros a equipe técnica da Semurb apresentou dados estatísticos e estudos sobre a zona Norte para subsidiar as discussões sobre a região, que é considerada a mais populosa da cidade. Entre eles demográficos, sociais, de infraestrutura e serviços. Bem como, sobre as peculiaridades existentes como as Zonas de Proteção Ambiental (ZPAs) 8 (Rio Doce) e 9 (Estuário do Potengi) inseridas no seus limites e ainda não regulamentadas; e as Áreas de Interesse Social (AEIS) já regulamentadas de “Jardim Progresso”, no bairro de Nossa Senhora da Apresentação, e “Comunidade da África”, na Redinha. 

 

Segundo o secretario adjunto de Planejamento da Semurb, Thiago Mesquita, que coordenou os trabalhos da equipe técnica, os dados são importantes para que a população possa se posicionar sobre cada um dos itens que são discutidos nos grupos. “Por isso, toda oficina é iniciada com a Apresentação Técnica, que traz além dos dados estatísticos, informações sobre o processo de revisão, objetivos da revisão, a importância da participação popular e uma dinâmica de integração”, explica. 

 

Em seguida os participantes foram divididos em grupos de discussão para possibilitar a troca de informações e colher os pontos críticos e sugestões de forma mais especifica de acordo com a vivência de cada cidadão dentro da região. Tudo que é discutido ao final é levado ao Debate e Painel Resumo, que consolida as contribuições dos grupos a partir das prioridades identificadas em: 1-Relevante, 2- Relevante e Urgente, 3- Não urgente e nem relevante, 4- Não relevante e urgente.

 

Entre os pontos fortes destacados pela população nos grupos para a zona norte pela estão: o potencial ambiental e econômico pela presença do Rio Doce, as comunidades agrícolas familiares, a localização estratégica com outros municípios da Região Metropolitana e Aeroporto, a  quantidade de áreas disponíveis para o desenvolvimento econômico, o comércio popular próprio e novos núcleos, o potencial turístico, as obras viárias já realizadas pelo pró-transporte, o bom deslocamento entre bairros, a presença da Ponte Newton Navarro, melhor sensação térmica em comparação a outras zonas, o gabarito baixo na orla e outros instrumentos já existentes no Plano Diretor atual para a região. 

 

Já em relação às potencialidades foram destacadas: o estuário com capacidade de recepção e infraestrutura portuária, a utilização da Ponte Newton Navarro e área do entorno para atividades turísticas, de esporte e lazer. Além da reutilização dos esgotos tratados da ETE para uso não potável e produção de energia, a construção de escola agrícola e central de alimentos orgânicos para a venda da produção local, a presença dos artesãos na Redinha,  a valorização dos pontos históricos e turísticos, áreas livres para construção e investimentos entre outros. 

 

Enquanto que os pontos fracos elencados foram: a desvalorização imobiliária, o crescimento desordenado sem uma política habitacional, a falta de regulamentação das ZPAs 8 e 9 e  da AEIS do Gramorezinho, a ausência de um Plano de Mobilidade e transporte público intrabairros,  a insegurança hídrica, a ausência de regularização fundiária, a falta de infraestrutura urbana para viabilizar o adensamento, e a não conclusão do Pro-Transporte entre outros pontos. 

 

Por fim a população elegeu também as ameaças e desafios para a zona norte, entre eles estão a não conclusão do esgotamento sanitário, intensificar a fiscalização na região, a ocupação ilegal das ZPAs e risco ambiental às margens do Rio Doce, a ocupação desordenada entre outros. 

 

Pelo cronograma a zona Sul recebe as oficinas nos dias 31 de maio e 1º de junho, e por fim, a zona Oeste nos dias 7 e 8 de junho.