A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ofereceu, na última quinta-feira (10/10), mais uma capacitação para os agentes de saúde. Realizado no Auditório Profª Marlíria Ferreira Melo Nóbrega, na Biblioteca Santarém, no bairro Potengi, o tema abordado dessa vez foi o transtorno de acumulação compulsiva. O evento ocorreu no Dia Mundial da Saúde Mental. 

 

 

Diferentemente do colecionador, a acumulação compulsiva se caracteriza pelo excesso de aquisição de itens, como o acúmulo de objetos, resíduos ou animais. Logo, associando a falta de organização e higiene, levando a problemas de saúde. A psicóloga e coordenadora do setor de Saúde Mental, Emanuelle Camelo, destacou a importância da capacitação para os agentes. “Sensibilizar, desmistificar e orientar. São as três palavras chaves. Primeiro, sensibilizar, visto que muitas pessoas ainda têm preconceito sobre esse tema. Existe um tabu em relação a qualquer transtorno mental. Por isso, tem a orientação que é dar conhecimento e subsídios para compreender melhor de como se trata especificamente o transtorno. Até porque não atingi apenas o acumulador e sim toda a população em volta causando sérios riscos à saúde”, explica.  

 

 

Diante disso, de acordo com uma das responsáveis pelo evento, a coordenadora do serviço de plantão da vigilância sanitária, Maria do Céu, o indivíduo em situação de acumulação depende de uma intervenção de vários setores da prefeitura, como a unidade básica de saúde, vigilância em saúde, área de saúde mental e assistência social. “A gente trabalha de forma diferente com o acumulador, pois é um problema mental sério. Essa pessoa que acumula livros, animais em maus cuidados, lixos e caixas de papelão, por exemplo, precisam do nosso auxílio”, relata. 

 

 

Aproximadamente 120 pessoas acompanharam a capacitação. Assim, Maria do Céu se mostrou satisfeita e adiantou que a tendência é realizar mais capacitações em outros distritos. “O trabalho é feito por distrito. Nesse ano fizemos no Norte I. Porém, a gente pretende fazer mais capacitações ainda nesse mês de outubro, possivelmente no distrito Sul e Leste”, finaliza a coordenadora.  

 

 

Uma das participantes da capacitação, a agente comunitária Claudenizia Pinheiro, falou sobre a importância do evento e admitiu que a intervenção da comunidade e da família é bastante significativa na tentativa de apoiar e desmistificar o indivíduo com sintomas de acumulação compulsiva. “É de extrema importância esse tipo de capacitação. A equipe que trabalha nessa área necessita de muitas informações para saber lidar com várias situações. Além disso, a presença dos vizinhos e principalmente da família numa eventual denúncia ou apoio é sempre bem-vinda”, enfatiza.   

 

 

A acumulação exagerada interfere diretamente no comportamento da pessoa e nas possíveis atividades em casa. Além disso, os acumuladores, na maioria das vezes, proíbem vizinhos e familiares de frequentarem seus locais de moradia. Com isso, a recomendação nesse caso é entrar em contato com à prefeitura para avaliação e possivelmente uma intervenção juntamente com um tratamento terapêutico.