O período de distanciamento social imposto pela pandemia de covid-19 acende o alerta para casos de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Nesse contexto, a Secretaria Municipal do Trabalho e Assistência Social  (Semtas) aderiu à campanha Maio Laranja com o tema “ Perceba os Sinais, Proteja”.  A iniciativa tem foco na divulgação de orientações sobre prevenção e formas de denunciar o crime.

A campanha integra o Maio Laranja e tem ações articuladas para mobilizar,  sensibilizar, informar e convocar toda a sociedade a participar da luta em defesa dos direitos de crianças e adolescentes. A ideia é conscientizar de forma coletiva a sociedade e consequentemente diminuir os índices de violência, estimulando a população fazer as denúncias e orientando pais ou responsáveis para que saibam identificar possíveis casos de violência sexual. “Estamos lidando com um crime silencioso. É importante que a população participe das ações e fique sempre atenta a situações de abuso e exploração e denuncie”,comenta o secretário da Semtas, Adjuto Dias.

O abuso e a exploração sexual são crimes praticados contra crianças e adolescentes. A diferença entre as duas violações é quando o autor do crime usa dinheiro ou outro benefício para realizar seu intento. O assunto é complexo e cada vez mais preocupante. 

“A exploração sexual é comum em todo o Brasil, mas nas regiões mais pobres, os valores das relações entre adultos e crianças ou adolescentes são marcadas também pelo poder do adulto. E isso facilita para que, entre comunidades socialmente mais vulneráveis, esses crimes proliferem”, diz a diretora do Departamento de Proteção Social Especial do município,   ngela Lopes,“É preciso quebrar o medo de enfrentar esse tipo de crime; os canais de recebimento de denúncias são altamente profissionalizados e o sigilo é rigoroso, preservando-se a identidade de quem denuncia”, acrescenta.

Segurança e proteção
O secretário da Semtas, Adjuto Dias, reforça que é preciso garantir a todas as crianças e adolescentes o direito ao próprio desenvolvimento de forma segura e protegida, livres de abuso e exploração. O titular da pasta chama a atenção para o risco de violações no cenário atual de isolamento social. “Precisamos alertar sobre o dever que todos temos de manter nossas crianças e adolescentes a salvo de toda e qualquer violência. É preciso chamar a atenção da população para a importância de preservar a integridade física e psicológica de nossas crianças, além de incentivar as pessoas a denunciarem esse tipo de crime, não devemos nos calar diante de situações como essa, é nosso dever proteger e amparar”.
 
Ainda de acordo com Ana Paula Mafra, coordenadora do PETI, a exploração sexual é uma das piores formas de trabalho infantil. A coordenadora lembra ainda que as ações da  campanha, em decorrência da pandemia, serão realizadas e divulgadas  nas redes sociais. “Todos os anos trabalhamos essa campanha em todo o município, a promoção da conscientização da sociedade para a necessidade de realizar a denúncia são fundamentais para identificar essas violações", aponta.
 
Rede de Ajuda
A campanha também busca alertar a sociedade e toda a rede de vizinhos, familiares e/ou amigos, que podem - e devem - denunciar caso presencie ou ouçam qualquer ato de violência contra crianças e adolescentes. 
Para denunciar, os seguintes canais são acessíveis: Disque 100, policia Civil e Militar, Ministério Público e os conselhos tutelares dos municípios.
 
Programação 
Lives alusivas ao tema, minicursos e palestras virtuais serão realizadas ao longo do mês de maio propostas pela Secretaria, em parceria com o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), com a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU), Centro de Defesa de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes- Casa Renascer (Cedeca), Anna Luiza Calixto, representante do Comiter Nacional de Adolescentes pela Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (Conapeti).