Pelo menos três famílias foram removidas de suas casas que apresentam riscos na Zona Norte da cidade, na rua Tarauacá, no conjunto Santarém. Elas estão abrigadas na Escola Municipal Nossa Senhora da Apresentação, uma das três estruturas montadas pela Prefeitura de Natal para abrigar as pessoas que tenham deixado suas casas, devido às chuvas dos últimos dias na cidade e na região metropolitana. Segundo relataram, a água subiu rapidamente e chegou a atingir cerca de dois metros. Eles foram levados para a escola ainda na noite do domingo. 


O fim de semana chuvoso em Natal provocou danos estruturais em outras ruas e moradias, em diversos pontos da cidade. Segundo dados da Defesa Civil entre sábado (02) e domingo (03) o volume de chuvas registrado foi de 160 mm, e entre domingo e segunda-feira (04) o acumulado foi de 172 mm, mais da metade do esperado para o mês de julho. Em reunião realizada no início da tarde de domingo o Prefeito Álvaro Dias sinalizou pela decretação do estado de calamidade, oficializado em uma edição extra do Diário Oficial do Município na madrugada desta segunda. 

Ainda na tarde do domingo a Prefeitura do Natal disponibilizou e equipou com colchões e cestas básicas três escolas municipais para fazerem o acolhimento de pessoas desalojadas ou desabrigadas devido às fortes chuvas. As escolas foram escolhidas de forma estratégica para abrigar o maior número de pessoas possíveis. Os abrigos foram montados em três regiões administrativas. Na Zona Norte, na Escola Municipal Nossa Senhora da Apresentação; na Leste, Escola Municipal Henrique Castriciano e na Zona Oeste, na Escola Municipal Professora Maria Cristina Osório Tavares. 

Salvamento 
Até o momento, somente a Escola Municipal Nossa Senhora da Apresentação recebeu pessoas desalojadas. Ao todo, três famílias, com sete adultos, três crianças, um idoso e dois cachorros precisaram deixar suas casas devido aos alagamentos causados pelo temporal do fim de semana. Segundo Anderson Felipe, morador da rua Tarauacá, no conjunto Santarém, a água subiu muito rápido e alcançou dois metros de altura. Ele entrou em contato com o Corpo de Bombeiros que de imediato enviou uma guarnição em bote para o salvamento dos moradores. As famílias foram encaminhadas para a E. M. Nossa Senhora da Apresentação, que já contava com colchões e alimentos para o acolhimento dos desalojados. “Chegamos aqui por volta das 22h30, o diretor da escola abriu três salas de aula para nos acomodar. Posso até dizer que tivemos uma noite tranquila e segura. Pela manhã nos foi oferecido um café e agora estou aguardando para voltar em casa e ver a situação”, lamentou Anderson.

Elinaldo da Silva contou que o muro da residência onde mora chegou a desabar, neste momento teve que deixar a casa e procurar um abrigo. “Quando o muro caiu eu vi que não era mais seguro ficar lá, aproveitei o resgate dos Bombeiros e vim junto com o pessoal para cá. Assim que tiver condições de voltar, vamos lá conferir o que restou”.

O diretor da escola, Edson Crézio afirmou que desde o início da tarde de domingo a escola já estava preparada para receber a população. Ele conta com o apoio de dois funcionários para a limpeza e manutenção do abrigo e um outro na cozinha da instituição. “Recebemos colchões e cestas básicas e estamos no preparo das refeições para essas pessoas que no momento não têm como voltar para casa”.

O Prefeito Álvaro Dias se solidariza às famílias atingidas pelas fortes chuvas. “As famílias desabrigadas encontram-se acolhidas nos abrigos das escolas municipais e a situação tende a se normalizar na nossa cidade. Agora à tarde faremos uma reunião de avaliação com todos os secretários para ver quais as demais providências necessárias para solucionar essa questão dos danos provocados pelas chuvas, que ocorreram de uma maneira muito forte, trazendo prejuízos e estragos à nossa cidade”, assegurou o chefe do executivo municipal.  

Os colchões e a alimentação foram disponibilizados pelas equipes da secretaria municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas). Além das Escolas, a Semtas também enviou materiais para a ocupação Emmanuel Bezerra, na Ribeira, para a ocupação Palmares, no bairro das Rocas e para o Centro de Apoio e Referência a Refugiados e Migrantes (CARE).

Saiba o que fazer nas emergências 
O primeiro equipamento a ser contatado é a Defesa Civil, no número 190. Assim, é verificado através de respaldos técnicos se o imóvel se encontra em estado de interdição, ou seja, se é necessário a pessoa sair imediatamente do local. Quando isso acontece, o Serviço de Proteção em Calamidades Públicas e Emergências, da Secretaria de Trabalho e Assistência Social (Semtas), é acionado para verificar a situação das vítimas, se há desalojados ou desabrigados, e tomar as devidas providências. Além disso, o serviço permite acesso de alguns benefícios eventuais como cestas básicas, colchões, materiais de higiene e limpeza, além do acompanhamento psicossocial com as famílias atingidas.

Felipe Camarão
Segundo a Defesa Civil, foram interditadas 25 casas no bairro de Felipe Camarão. A equipe do Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS), também ligada à Semtas, visitou todos os moradores que tiveram seus imóveis interditados, que afirmaram não necessitar de abrigo, pois preferiram ficar na casa de familiares. A essas pessoas foram doados cinco colchões e duas cestas básicas.