O I Ciclo de Diálogos sobre a Inclusão Escolar de crianças e estudantes público da Educação Especial aconteceu na manhã desta terça-feira (23) em formato virtual. Organizado pelo Setor de Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação o evento tem o tema “Escola para todos e cada um: proposta de síntese entre o Desenho Universal e a Aprendizagem (DUA) e o Planejamento Educacional Individualizado (PEI).

A aula remota com 112 participantes teve o objetivo de fortalecer as práticas inclusivas na Rede Municipal de Ensino sendo ofertada aos gestores administrativos e pedagógicos, coordenadores pedagógicos, educadores infantis, professores, estagiários, profissionais de apoio e assessores pedagógicos.  

O evento foi conduzido na plataforma StreamYard do YouTube com a participação da formadora, professora e doutora Adriane Cenci, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que atua no Centro de Educação, na graduação de Pedagogia e demais licenciaturas.

A assessora pedagógica Tereza Cristina de Medeiros Nóbrega, reforçou que o tema discute aspectos relacionados às práticas curriculares destacando a organização do trabalho pedagógico, os serviços de apoio da Educação Especial, as estratégias e recursos pedagógicos a partir de uma perspectiva inclusiva. “As discussões promovem reflexões em torno da inclusão escolar dos estudantes públicos da educação especial, trazendo conceitos e concepções que possam subsidiar a prática dos professores de forma que todos os estudantes possam ter acesso, participação, possam aprender e com se desenvolver”, sinalizou.

A professorar Adriane Cenci citou a síntese dialética do Ensino Comum e Especializado na visão do psicólogo Lev Vigotsk para discutir o desenvolvimento das pessoas com deficiência. “Vigotsk dá ênfase às questões de desenvolvimento biológico e cultural e vai dizer que a cultura, a interação social, a vida em comunidade, a vida nas relações sociais do coletivo, reconfigura a disposição biológica do sujeito. Então, ao invés de focar nas questões biológicas da deficiência, ele vai focar nas questões sociais que vão reconfigurar a deficiência”, avaliou.

Na intencionalidade da mediação docente no Planejamento Educacional Individualizado, Adriane Cenci acentuou que vai ser uma ferramenta para sistematizar esses conjuntos científicos e se fundamentam nos conceitos cotidianos quando o professor pensa no estudante que tem o maior comprometimento na escola. 

“O professor vai ter que pensar currículos científicos mais basilares para que progressivamente o estudante se aproprie desses conceitos que ele venha acompanhar depois o contexto da turma, mas em alguns casos também tem que pensar nas habilidades de vida diária, questões cotidianas como autonomia para ir ao banheiro, conseguir fazer o lanche sozinho, expressar um desejo ou compartilhar uma ideia. Isso pode ser colocado num planejamento individualizado como um objetivo pensando nessas habilidades cotidianas. Então, no planejamento cabe pensar também além das metas acadêmicas, dos conceitos científicos, as metas funcionais”, esclareceu.