A secretária municipal de saúde, juntamente com o Hospital Infantil Varela Santiago (HIVS), a secretaria estadual de Saúde, Ministério Público Estadual, Conselho dos Secretários Municipais de Saúde e Conselho Estadual de Saúde se reuniram nessa quinta-feira (23) para discutir a situação da UTI pediátrica do Hospital Infantil Varela Santiago..

A UTI necessita de nove médicos para realizar cerca de 250 a 300 cirurgias neurológicas, oncológicas e de grande porte. Atualmente, a unidade está funcionando apenas com cinco médicos.

Para o diretor do Varela Santiago, Paulo Varela, para manter a UTI infantil são necessários custos na ordem de R$ 80 mil por mês e o hospital não possui condições para bancar uma despesa desse porte, já que vive apenas de doações.

A Secretaria Municipal de Saúde já decidiu um aumento no repasse do dinheiro destinado ao atendimento do SUS. Atualmente o Varela Santiago recebe, mensalmente, cerca de R$388 mil da SMS, mas em agosto a secretaria passa a pagar R$668 mil pelos procedimentos e mais 11 parcelas de R$485,00 pelo convênio de um ano. “O que não podemos fazer é fechar esse serviço. A população não pode ficar sem assistência. O que estiver ao alcance do município eu vau fazer” explica Ana Tânia.

A SMS ainda conta com a aquisição de um equipamento no valor de R$350 mil para realizar cirurgias neurológicas de alta complexidade, atendendo a todos os usuários do SUS no Varela Santiago.

 
Solução para UTI
 

De acordo com o secretário estadual de Saúde, George Antunes, para evitar o fechamento da UTI infantil, o hospital deve manter os servidores que já fazem parte do quadro de funcionários da UTI para dar tempo ao Estado e ao Varela contratar novos médicos. O secretário explica que não há condições do governo pagar gratificações por produtividade aos profissionais do hospital porque esse adicional somente pode ser pago a médicos da rede pública, que não é o caso do Varela Santiago.

 

A solução encontrada até o momento será o hospital contratar novos profissionais com orçamentos próprios. Para a contratação dos médicos, o secretário estadual irá adiantar o convênio que já existe com o Varela Santiago, que é para um período de seis meses e a partir dessa verba o hospital contratará os médicos, que não terão vínculo com o Estado.

 

Diante dessa decisão, a secretária municipal, Ana Tânia, explica que é necessário montar uma câmara de compensação, já que todos os municípios do RN enviam seus pacientes para os hospitais de Natal, sobrecarregando o mesmo e pesando no orçamento do Estado e do Município. “Apenas 34% das internações no Varela são pacientes de Natal. Os outros municípios vão ter que assumir essa responsabilidade junto com o Estado. Natal está sendo penalizada.” afirma Ana Tânia.

 

A secretária também está estudando as possibilidades de Natal ter um Hospital Municipal. “Já falei com a prefeita e ela concordou. Nós vamos ter um hospital só nosso. Espero que em até dois anos nós já possamos ter o Hospital de Natal”.