O Dia Nacional de Combate à Dengue é lembrado no penúltimo sábado do mês de novembro, este ano a comemoração acontece no dia 18. Em Natal um dos aliados no combate a doença é o uso de ovitrampas, armadilhas que ajudam no monitoramento e controle dos mosquitos que podem causar a dengue, tecnologia utilizada desde 2015 no município, que agora serve como metodologia de monitoramento entomológico para o programa nacional de vigilância das arboviroses do Ministério da Saúde.

Desde 2014 o Ministério da Saúde desenvolve uma pesquisa sobre a utilização da ovitrampas no controle populacional de mosquitos como Aedes aegypti, principal vetor de doenças como dengue, zika e chikungunya. Natal foi uma das cinco capitais que fez parte do estudo, e a partir desse levantamento o Ministério expandiu o método para todo o país, funcionando como meta de indicadores do Programa de Qualificação das Ações de Vigilância em Saúde da avaliação do ano de 2023.

A partir deste ano, os recursos referentes ao controle de arboviroses devem ser repassados aos municípios por meio da utilização da tecnologia das ovitrampas em detrimento, ou em complemento, a utilização do Levantamento Rápido de Índices para Aedes (LIRA), levantamento de índices prediais onde o agente vai às residências para identificar o depósito foco de vetor predominante naquela região.

“A ovitrampa é uma metodologia nova, desde 2015 Natal começou a implementar o estudo junto ao Ministério, e agora ele passa a ser uma das metas para os municípios ganharem recursos. Os municípios podem realizar quatro ciclos de LIRA por ano, ou ter cobertura em pelo menos 50% das semanas epidemiológicas com monitoramento por armadilha, cumprindo essas metas recebemos recursos do ministério para ações de vigilância. Natal já monitora todo o território durante as 52 semanas do ano, já é um monitoramento que fazemos com excelência e agora é um indicador do Ministério.”, comenta Jan Pierre Araújo, chefe da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ).

OVITRAMPAS

Com uma estrutura aparentemente simples, composta por vaso, um clipe e uma filipeta de madeira, as ovitrampas atraem as fêmeas dos mosquitos para depositarem os ovos nos depósitos, sendo um importante indicador de quantidade e locais que possam conter mosquitos causadores de dengue. “Ela capta a informação de densidade vetorial, e nos dá dados importantes quanto à riqueza de espécies que temos circulando no nosso município. Funciona também como uma metodologia para analisar o espaço e o tempo, é como se fosse um termômetro, e com os dados delas podemos fazer essas análises nos espaços temporais e montamos estratégias de respostas e decisões para controle vetorial”, explica o chefe da UVZ.

O recipiente é preenchido com água e larvicida, e pendurado na residência a cerca de um metro e meio de altura em um local sombreado, toda semana a palheta é retirada por um representante da equipe do UVZ e levada para o laboratório que faz a contagem de ovos depositados nela. “É importante reforçar que as ovitrampas não funcionam como um foco gerador da doença, pois ela contém um larvicida em sua estrutura, então qualquer ovo que venha a implodir dentro dela morre”, reforça Jan.

Natal contabiliza cerca de 392 ovitrampas distribuídas e realizando o monitoramento de toda a capital, cada uma respondendo por um raio de 300 metros. Além desses pontos, o município possui a distribuição das armadilhas em pontos estratégicos montados em locais como borracharias, sucatas e locais de reciclagem, por exemplo, estabelecimentos que tendem a ser locais com foco maior de mosquito. 

“Uma das correlações que fazemos é se o foco gerador da infestação naquele território têm a ver com aquele ponto estratégico, porque às vezes o grande foco gerador de mosquitos na região pode não ser nem uma residência, mas em uma sucata que está disseminando vetores para as demais localidades”, comenta Jan, reforçando que os locais são atualizados constantemente a cada novo ponto estratégico cadastrado na capital.

Dia Nacional de Combate à Dengue

Neste sábado (18), Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) realiza uma ação de combate às arboviroses no município em alusão ao Dia Nacional de Combate à Dengue. A atividade acontece com visitas da equipe a casas nos bairros da Nossa Senhora da Apresentação e Quintas, áreas que apresentaram o maior índice de infestação, e se mostraram mais suscetíveis para adoecimento por arboviroses no nosso território, segundo os últimos levantamos de índices e nas análises de estratificação territorial. O dia vai contar com ações de controle vetorial, eliminação e tratamento de depósitos, além do trabalho de educação em saúde nos dois bairros selecionados.

Durante todo o ano a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) Natal, por meio da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ), desenvolve diversas ações de combate à dengue no nosso município, como ações de educação em saúde em escolas e praças públicas em todas as regiões dos cinco Distritos Sanitários da cidade. Além da visita de mais de 300 mil imóveis do município pelos Agentes de Endemias ao longo do ano; trabalhando no recolhimento de mais de 100 mil pneus retirados das ruas de Natal em parceria com a Companhia de Serviços Urbanos de Natal (URBANA) e a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SEMSUR ); 335 bloqueios químicos e 182 bloqueios focais; dentre outras atividades.

A SMS Natal reforça ainda que à população deve aderir às ações de prevenção e controle da doença durante todo o ano, mantendo os quintais livres de possíveis criadouros do mosquito; caixas d´água sempre tampadas e observando locais que possam acumular água parada como: bandeja de bebedouros, de geladeiras, ralos, pias e vasos sanitários sem uso, entre outros.