A Secretaria Municipal de Educação de Natal, em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), realizou uma formação continuada voltada para professores das áreas de Geografia e História, com o tema “Diálogos sobre o monitoramento hidrológico e climático da cidade de Natal”. O evento ocorreu na tarde da sexta-feira (04), no Centro Municipal de Referência em Educação Aluízio Alves (Cemure).
Durante a formação, técnicos da Semurb apresentaram o trabalho desenvolvido em 25 unidades escolares — sendo 24 escolas e um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) — que atualmente contam com a instalação de pluviômetros. Esses equipamentos são utilizados para a medição das chuvas, integrando o projeto da Rede de Monitoramento Hidrológico e Climático de Natal.
A proposta visa coletar dados meteorológicos que auxiliam o planejamento urbano e ambiental da cidade, além de promover a democratização do conhecimento entre professores, estudantes e comunidades escolares, sobre as mudanças climáticas. Os dados obtidos pelos pluviômetros são utilizados para a elaboração de boletins climáticos mensais, que incluem informações sobre precipitação, temperatura, pressão atmosférica, umidade relativa do ar e índice de desconforto térmico. Além disso, a Semurb também realiza medições por meio do Transecto Móvel — veículo equipado com estação meteorológica que percorre a cidade na segunda semana de cada mês.
Durante a atividade, foram apresentados exemplos de boletins pluviométricos diários, mapas climáticos e modelos de relatório, com o objetivo de facilitar o acesso da população a informações meteorológicas de forma clara e acessível. A ação se insere nas estratégias do Plano Municipal de Monitoramento e Mitigação das Mudanças Climáticas, lançado pela Semurb em dezembro do ano passado.
Para a assessora pedagógica de Geografia da SME-Natal, Mariana de Vasconcelos Pinheiro Beserra, a formação representa um passo importante na articulação entre a educação e o planejamento urbano. “Esse trabalho é fundamental para que as comunidades escolares compreendam a importância do monitoramento climático. Muitas escolas estão localizadas em áreas vulneráveis a alagamentos, com isso a importância de promover uma maior conscientização e envolvimento com os problemas ambientais do próprio território”, afirmou.
Mariana de Vasconcelos também destacou que o uso dos pluviômetros nas escolas está alinhado ao currículo escolar e pode ser integrado ao planejamento pedagógico conforme os diferentes níveis de ensino. “Nas séries iniciais, por exemplo, é possível trabalhar unidades de medida e conteúdo de tempo e clima. Já nos anos finais, as discussões ganham complexidade, abordando temas como mudanças climáticas, estações do ano e impactos ambientais. Além disso, a proposta estimula a iniciação científica, permitindo que os estudantes compreendam o rigor metodológico por trás das pesquisas meteorológicas e a importância da ciência no cotidiano”, explicou.
O meteorologista Tales Nunes Martins de Sá, da equipe técnica da Semurb, ressaltou que a iniciativa surgiu a partir de uma das ações do plano municipal de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. “A ideia de instalar os pluviômetros nas escolas surgiu como uma solução técnica e educacional, sendo possível fomentar a educação ambiental. Assim, conseguimos gerar dados relevantes para o município e, ao mesmo tempo, formar cidadãos mais conscientes e preparados”, pontuou.