A Secretaria Municipal de Educação de Natal encerrou na noite desta terça-feira (19) a formação do Núcleo de Alfabetização com Todas as Letras (NAC), no Centro Municipal de Referência em Educação Aluízio Alves (Cemure). A programação teve a participação especial do professor doutor Lidemberg Rocha que ministrou a palestra “Tatê Calanquê Catacan Quixilá Calanquê: infância e cultura como expressão da linguagem”. A peça teatral “Tatê Calanquê”, baseada na obra da escritora Bia Bedran, abriu o evento. A peça, que foi conduzida pelos assessores pedagógicos da formação, abordou a importância da oralidade na alfabetização das crianças.

De acordo com a assessora pedagógica do Departamento de Ensino Fundamental (DEF) e integrante do grupo de formadoras, Régia Maria Silvestre, o seminário é uma das ações do Núcleo de Alfabetização com Todas as Letras. “Para encerrar o ano letivo da formação, pensamos uma temática dentro da importância de trabalhar a oralidade com as crianças, incluindo a expressão corporal, os gestos, o quanto todos esses fatores contribuem com a linguagem”, explicou.

A formação contou com a presença da diretora do DEF, Noélia Barbosa, e da chefe do Setor de Ações e Projetos do Ensino Fundamental, Daniele Lacerda. A professora Noélia Barbosa fez a abertura da formação afirmando que “quando temos nas mãos essa missão da alfabetização com todas as suas implicações, com todas as suas particularidades, enquanto professores, temos a necessidade de estar cada vez mais ampliando e buscando aprimorar a nossa formação”.
 
Noélia Barbosa ainda trouxe uma mensagem de agradecimento e de reconhecimento enquanto SME- Natal, deste papel que todos os professores fazem com dedicação às crianças mesmo diante das realidades distintas e muitas vezes desafiadoras. “Vocês conseguem oportunizá-las a um direito humano, a abrir horizontes de oportunidades para que elas possam, no futuro, exercer a cidadania,  capacitá-las para a vida, porque alfabetização é a base para uma educação construtiva na qual ajudamos as pessoas a desenvolver a leitura, a escrita, a comunicação, as ideias e os pensamentos. O letramento, portanto, utiliza a escrita para resolver problemas do dia a dia e assim facilitar as práticas sociais”, disse.

O professor Lidemberg Rocha, que é docente da Rede Municipal de Educação, licenciado em Pedagogia com especialização em Língua Portuguesa, possui mestrado e doutorado pela UFRN, iniciou a palestra definindo as linguagens no contexto educacional. Ele destacou a importância de considerar o corpo como espaço de experiências e vivências na construção de sentidos na Educação Infantil. Rocha ressaltou que a linguagem está presente nas práticas discursivas dentro e fora da escola, defendendo a ideia de trazer o repertório dos estudantes para a sala de aula, aproximando às práticas do cotidiano escolar.
 
Lidemberg Rocha enfatizou também a leitura da palavra como manifestação material ligada à aprendizagem e concluiu que a prática pedagógica deve associar a aprendizagem do código verbal com perspectivas sociais e culturais. “É necessário pensar a alfabetização, considerando a linguagem como esse elemento macro, porque a prática do alfabetizar e letrar, está dentro desse contexto, é pensar numa prática pedagógica que associa a aprendizagem do código verbal, do alfabeto, da associação das letras, dos fonemas para construir as sílabas das palavras e tudo mais, com a perspectiva também muito mais social, cultural, que justifica, por exemplo, a razão de ser do nosso currículo na contemporaneidade”, finalizou.